terça-feira, 20 de setembro de 2011

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: FOBIA SOCIAL

A Fobia Social está classificada dentro dos Transtornos de Ansiedade. Ela se caracteriza por um medo acentuado e irracional de se expor situações sociais ou de desempenho nas quais o indivíduo considere que esteja sendo avaliado, provocando, assim uma resposta imediata de ansiedade. Esta resposta pode ser na forma de suor intenso, tremor, dificuldade para falar, “bolo na garganta”, rubor, diarréia, mal estar, falta de ar, tonteiras, vontade urgente de sair da situação,  ou até de um ataque de pânico. Isto leva a pessoa a evitar as situações, procurando não se expor e acaba por desenvolver um comportamento fóbico. Às vezes, a situação é enfrentada, embora com pavor.
Entre as situações fóbicas sociais que resultam em evitação destaca-se o medo de humilhação e embaraço diante de outras pessoas, o medo de comer em público, falar em público, urinar em banheiro público e, muito freqüentemente, de assinar cheques à vista de pessoas estranhas. As situações fóbicas também podem ser mais difusas, envolvendo quase todas as circunstâncias sociais fora do ambiente familiar. Os indivíduos com Fobia Social experimentam preocupações acerca de embaraço e temem que outros os considerem ansiosos, estúpidos ou malucos. Frequentemente o fóbico social é tido como muito tímido e esta é a queixa principal ao chegarem ao consultório do psicólogo.
Os adultos com Fobia Social reconhecem que o medo é excessivo ou irracional. Este comportamento de medo e evitação interfere significativamente na rotina normal, no funcionamento ocupacional ou acadêmico e no relacionamento social, além do indivíduo experimentar um sofrimento acentuado por ter a fobia, que, muitas vezes, não é reconhecida pelo paciente como fobia, mas como timidez.
Existe um componente familiar na Fobia Social, observado por estudos epidemiológicos que mostram incidência de até 26,4% do quadro em familiares de pacientes, contra 2,7% em grupos controles. Apesar de ser um transtorno comum, os pacientes são muito relutantes em buscar tratamento especializado, o que acaba acontecendo muito tardiamente porque a maioria não acredita que possa haver cura. Assim sendo, mesmo a Fobia Social tendo forte impacto pessoal e severo prejuízo sócio-ocupacional, apenas de 4% a 5% dos pacientes procura o auxílio profissional especializado precocemente. Isto se deve, provavelmente, à falta de conhecimento sobre esse transtorno por parte dos pacientes, e mesmo por parte dos profissionais de saúde. Um certo nível de desconforto frente a determinadas situações sociais pode ser interpretado como normal pelo paciente, ou banalizado pelos familiares e amigos, existindo ainda certo estigma social pela procura de um psicólogo e um psiquiatra para tratamento.
O tratamento deve seguir duas frentes: o medicamentoso e a psicoterapia.